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O Valor Intransferível dos seus Dons e Talentos

Ao longo da jornada, presenciaremos muitas tentativas para azedar o vinho dos nossos projetos, o licor adocicado das nossas criações e da criatividade exercida com alegria, gratidão, leveza e solidariedade para conosco e com o outro. Haverão pessoas que tenderão a se agarrar à energia gerada pela luz da consciência e o amor da nossa fonte essencial porque é preciso coragem para ir adiante e despertar a sua, rompendo com as barragens emocionais que nos bloqueiam a percepção clara, a sabedoria intrínseca da alma e do fluxo das próprias águas interiores de auto-amor.

Esses irmãos no caminho podem ser como pequenos pesos – às vezes, grandes – alojados em nossas asas que anseiam por um vôo mais longe. São aqueles que estão acomodados em seus papéis e funções rotineiras, absortos e esquecidos de quem realmente são. No entanto, contêm dentro de si uma cachoeira de potencialidades e talentos natos enferrujando ao relento, quando poderiam estar expressando-os, explorando-os, materializando-os, tornando-se agentes de mudança de si mesmos e agentes de transformação para outros que cruzam sua existência.

Ainda existirão aqueles que aproveitarão essa “acomodação monárquica” para continuar ganhando ainda mais nos momentos de crise. Esses irmãos de alma permanecem presos em suas falsas crenças de segurança, proteção e realidade vigente. O que norteia o seu caminho, suas escolhas e decisões é o medo: o medo da falta, o medo da perda, o medo do não reconhecimento ou da aprovação, e assim por diante – uma vibração que resulta em travas emocionais, ansiedade e autossabotagem. 

Quando vibramos nesse padrão de medo e falta é justamente isso que atraímos, ao invés de paz interior, de confiança, da fé renovada e da abundância. Tudo o que poderia ser mais fluídico e leve torna-se difícil e cheio de: “mas…se isso ou aquilo…”, tomando proporções neuróticas e, às vezes, inimagináveis – a crença absolutista da mente tenta nos convencer de que não há saída, baseada em crenças-base que nós próprios criamos durante muito tempo.

Por medo da próxima porta a ser aberta, única e exclusivamente por você, vai se adiando o que poderia estar sendo feito, resolvido ou decidido no agora. Por medo, se trava. Por medo, perde-se a oportunidade de fazer diferente no agora. Por medo, nada se faz – retorna-se à inércia de uma vida sem sentido. Por medo, nada se cria nem se transforma. Por medo, não se dá o próximo passo – às vezes, tão perto de nós. Por medo, nem mesmo os ouvidos são capazes de escutar a voz do coração, nem mesmo os olhos levantam-se para observar os sinais que o universo nos traz todos os dias – respostas inúmeras para nossas dúvidas residem logo ali. 

E esse é o modelo, o molde da “antiga e atual Matrix”, que continua aprisionando e mantendo tantas pessoas acomodadas, num padrão de controle e de censura subliminar. Desejar o que não tem, tendo medo de perder o que tem, continua sendo a premissa – um antigo dilema conhecido, mas hoje ignorado.

Se você se identifica com ele e sente-se confortável dessa forma, tudo certo. Ninguém pode julgar você por aceitar essa condição, afinal ela é uma escolha, sempre. Contudo, se você não tem um bom relacionamento com dilemas, então, essa é uma oportunidade para aprender, para deixar de se identificar com eles, criando algo novo e desaprendendo algo velho, seguindo pelo caminho do meio – raízes curativas dos ensinamentos de Buda – e retomando o próprio poder interior. 

Esse modelo é como uma erva daninha que cresce e vai tomando conta de todos os fluxos e movimentos saudáveis do Ser. Nessa experiência, vamos aprendendo a identificar quando essa erva está tomando conta demais do nosso gramado interior, e assim como cuidar de um jardim, decretamos ser o nosso observador interno e nosso jardineiro – dia e noite semeando apenas aquilo que sabemos que queremos colher mais adiante. 

Esse padrão conturbado e desarmônico assemelha-se a um comando subconsciente que diz: “Desligue o botão da sua intuição, da sua percepção ampliada, do portal do seu coração e de todos os outros sentidos vibracionais do seu corpo que avisam quando algo não está bem, ou ainda quando você pode estar presente, atento para escolher uma oportunidade imperdível em sua vida através dos trilhos e placas apontadas pela sua alma e consciência. 

Nessa Era do Ego, toda essa linguagem subjetiva e sensorial que parte de dentro de nós, trazendo clareza e discernimento, parece não ter mais importância. Isso porque o que traz uma falsa e super estimulada segurança, confiança e auto-estima é a imagem que temos nas mídias sociais. A sua identidade digital passou a ser mais importante do que a sua vida real.

E como fazer para encontrar o equilíbrio dessa balança? Nessa reflexão, cabem algumas perguntas que você pode fazer para si:

1. O que eu estou criando para mim neste momento?

2. O que estou fazendo e divulgando nas mídias sociais que me traz propósito?

3. Quando saio da realidade digital e volto para a minha vida real, como me sinto?

4. Quais são as sensações, os sentimentos e os pensamentos que tenho tido?

5. Como fica a minha energia vital: boa ou ruim? Me sinto vital ou exausto(a)?

6. Estou fazendo algo para auxiliar a mim mesmo(a) no processo evolutivo do meu ser? E para outras pessoas?

7. O que estou fazendo com meus dons e talentos que podem auxiliar no crescimento e desenvolvimento dos que ao meu redor estão: clientes, amigos, familiares, comunidade?

8. Me sinto alegre, cheio(a) de contentamento, preenchendo meu tempo com algo que está fazendo a diferença em minha vida, mesmo que pequena, contribuindo para um crescimento interior?

9. Ou me sinto ansioso(a), depressivo(a), exausto(a), cansado(a) existencialmente? Com um sentimento de perda de tempo que coloca meus dons e potenciais ralo à baixo? 

10. Quanto utilizo dos meus talentos em prol de um mundo melhor, começando pela mudança do meu próprio mundo?

11. Que imagem estou criando de mim mesmo(a) que ficará como legado no futuro?

12. O que estou deixando como legado para as futuras gerações (em especial às crianças)?

13. Que ensinamentos, crenças, valores e aprendizados estou passando adiante através de todas as minhas manifestações e expressões?

14. Que resultados estou buscando a partir do que estou criando e oferecendo? É minha imagem ou minha alma guiando os meus passos? 

Com todas essas perguntas, você se sente uma folha ao vento, sem norte e deixando a vida te levar? Ou você vê nessa reflexão uma oportunidade de clareza e transformação para encontrar respostas para as suas perguntas?

Nesse cenário, não nos cabe e nem temos o direito de julgar as escolhas de ninguém, mas sim avaliar a experiência que escolhemos ter nesse momento, as escolhas que estamos fazendo no presente e que estarão co-criando e determinando o nosso futuro. Nestas últimas perguntas, convido você a ecoá-las no seu íntimo: 

Estou sendo a autoridade em meu mundo, caminhando pelos meus próprios pés com independência ou interdependência, ou a cobaia nas mãos de uma autoridade? Estou consciente do valor e da atenção que devo dar aos meus dons e talentos com respeito e neutralidade, para saber como usá-los para o Bem e, assim, não ser usado por outros?

Nosso dons são nossas riquezas, são tesouros que a alma guarda e o coração revela. Mas, se você não sente ou ouve a voz do coração, se não está em sintonia à alma e às antenas da sua intuição, então, você está desconectado(a) da fonte essencial de onde provém a energia pura e renovadora para trabalhar e realizar seus objetivos através dos seus dons. 

Para retomar as rédeas do seu cavalo, o leme do seu barco, tendo novamente o farol e as estrelas para te guiar nas noites escuras da alma, organize uma lista com todas essas perguntas e responda-as com verdade e sinceridade relativo ao seu momento atual. Pode ser que você se surpreenda ao identificar onde estava o furo no seu balde de vitalidade, sendo assim capaz de retomar as chaves do auto-amor, da autoconfiança, da auto-estima e do equilíbrio interior, abrindo as portas de oportunidades que forem sendo colocadas à sua frente. 

Isso significa que, muitas vezes, para vencermos padrões de medo, ansiedade, angústia e depressão, precisamos dar um passo à frente, fazermos um novo contrato conosco, nos comprometermos em desenvolver a autorresponsabilidade, uma escolha que também requer pedir ajuda, pedir auxílio. Isso nos exigirá coragem e humildade, a consciência de que naquele momento não conseguimos sozinhos. Vamos precisar daquele “empurrão” para pegar aquele fruto lá no topo da árvore da nossa consciência. 

Nesse momento, considerando também o inconsciente coletivo, há algo internamente que nos aperta, nos torce como um pano molhado que precisa secar ao sol causticante, nos impulsiona a separar dentro de nós o joio do trigo, decantando e purificando tudo o que não queremos mais do nosso “Eu passado” – ao passo que ficará conosco toda a sabedoria advinda das experiências vividas – e, junto disso, o que não contribui mais para o nosso processo evolutivo.

Isso pode estar relacionado a um trabalho sobre o qual não nos identificamos ou que nos traz muito sacrifício, relacionamentos afetivos que já não podemos mais “empurrar com a barriga”, ajustes e decisões adiados que se somam e somatizam em nosso corpo físico, valores e crenças obsoletos para o nosso “Novo Eu”, hábitos e comportamentos que nos enfraquecem e que nos clamam a urgência para modificá-los. 

Enfim, precisamos de novas alianças, novos acordos internos para conosco e com tudo aquilo que nos permite ser quem somos! Bert Hellinger, o criador do trabalho de Constelação Familiar Sistêmica nos diz: “Aquilo que não tem tira energia daquilo que tem”. Esse princípio é semelhante a um buraco negro no universo.

Tudo aquilo que protelamos, que deixamos para depois, que adiamos sabendo que deveríamos estar dando um passo à frente, vai gradativamente consumindo a nossa luz criativa, tirando a energia daquilo que precisávamos realizar, das nossas criações e objetivos no agora – diferentemente de aguardar o momento certo, já que aceitação, resiliência e paciência diferem de acomodação e inércia.

Nesse tempo de grandes desafios, de fake life, de profundas e inenarráveis transformações internas, você vai se questionar: “Escolho viver uma vida sem sentido, na inércia, na acomodação, no medo, no controle e sob uma censura imposta ou criada por mim? Ou escolho a Vida, a ética e a união de propósitos, o respeito mútuo, o servir sem alardes hiperbólicos, o movimento, a ação no recolhimento, a expressão sincera e criativa do meu ser, em Ser a autoridade em meu mundo? 

A segunda opção virá para você com ecos de uma sabedoria ancestral: “Seus dons e talentos são preciosos, são o baú dos seus tesouros internos. Proteja-os e use-os com sabedoria. Sim, mantenha acesa sua Luz Interior, sua expressão alegre e criativa, mas não tenha pressa para alcançar o sucesso. A fama é efêmera. O sucesso é duradouro, resultado de muitas sementes, de um longo plantio e da raiz de uma árvore centenária. Você é Único(a) e não está à venda! Você veio para ser a autoridade em seu mundo.”   

Mensagem canalizada ©YEHUÁ e Uma Guardiã da Vida – Por Luciane Strähuber 

(Todos os Direitos Reservados – Permissão para compartilhar respeitando os créditos da autora)   

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