
Esta é uma notícia muito pertinente para o momento. O artigo que transcrevo abaixo sobre o tema foi publicado em abril deste ano, tendo como resultado uma pesquisa única realizada pela Universidade da Califórnia, nos EUA.
A veiculação excessiva de violência nas mídias de toda ordem vem sendo abordado há anos, estudado por diferentes universidades no mundo. Nas faculdades de comunicação social, aprendemos que imagens e notícias sobre violência podem ser uma ferramenta eficaz de alienação e manipulação da opinião pública, usada desde a segunda guerra mundial e, mais precisamente, desde o surgimento da TV.
Seu impacto negativo já foi comprovado de inúmeras formas, um dano com maior profundidade quando se trata do subconsciente daqueles que recebem de forma passiva qualquer notícia publicada ou veiculada pelas mídias. Em época de fake news, é preciso estarmos muito atentos, presentes e com o senso crítico bem apurado.
A mídia que atinge as massas da sociedade adora catástrofes e caos, porque é isso que traz ibope e nutre os chamados influencers e bullyers virtuais – aqueles que se beneficiam da desgraça alheia. Toda vez que alguma notícia catastrófica acontece, ela vem acompanhada com o que se chama de “espiral do silêncio“: outras notícias semelhantes ao tema em questão são relembradas e trazidas à luz do público novamente, independente do tempo em que ocorreram.
Pierre Weil, o criador do conceito do holismo – de que estamos integrados ao Todo, de que o Todo nos influencia e de que somos influenciados por ele – usou um termo perfeito para esse quadro atual: “a normose da guerra“, o que significa normalizar algo que traz sofrimento, normalizar a necessidade desse tipo de notícia sem perceber o quanto ela faz mal. Sendo literal na expressão, seria o mesmo que dizer: “guerras são formas normais e necessárias para resolver conflitos entre nações”.
Hoje, a TV deu espaço aos smarthphones, onde você acessa com um click as notícias caóticas globais. Será que precisamos estar mesmo “atualizados” com tanta notícia catastrófica? Será que vale à pena permitirmos que nossa energia vital seja “absorvida” dessa forma? Como podemos, então, estarmos informados sem com isso saturar nosso subconsciente com o excesso de “lixo virtual”? Como podemos diferenciar informações e notícias de qualidade?
Priorizando aquelas que vão nos trazer bem estar, que vão nos trazer sanidade, que vão ser importantes de alguma forma para as mudanças em nossa vida pessoal ou profissional, para as transformações na nossa jornada interior e desenvolvimento humano.
UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Quanto mais uma pessoa consome notícia ruim, negativa, maior a probabilidade dela ficar triste, angustiada, se preocupar e continuar vivendo nesse ciclo de tensão.
Foi o que comprovou um novo estudo publicado no Science Advices com o título: “A exposição a eventos de violência em massa na mídia pode alimentar um ciclo de angústia”. A pesquisa da Universidade da Califórnia, realizada com 4.165 voluntários dos EUA, mostra que o consumo exagerado desse tipo de notícia prejudica a saúde mental.
Os especialistas estudaram os chamados “traumas coletivos”, como atentados terroristas e desastres naturais que as pessoas passam horas assistindo na TV e no rádio. O estudo reafirmou que a exposição exagerada a notícias ruins é um problema de saúde pública, porque eventos como esses causam implicações na saúde mental — e às vezes física — dos telespectadores.
“A exposição repetida à cobertura noticiosa de traumas coletivos tem sido associada a consequências ruins à saúde mental — como flashbacks — nas consequências imediatas, assim como respostas ao estresse pós-traumático e problemas de saúde física ao longo do tempo, mesmo entre indivíduos que não experimentaram diretamente o evento”, alertou a psicóloga Rebecca Thompson ao Gizmodo.

Essa foi a primeira vez que os efeitos desse tipo de consumo de notícias foi observado a longo prazo. “Nosso estudo é único porque é o primeiro a demonstrar o padrão [resultante] da exposição repetitiva a eventos de violência em massa, além do estresse que isso causa ao longo do tempo em uma grande parcela da população que foi pesquisada por vários anos”, relatou a psicóloga.
“A cobertura midiática desses eventos, alimentada pelo ciclo de notícias 24 horas e pela proliferação de tecnologias móveis, é muitas vezes repetitiva e pode conter imagens gráficas, vídeos e histórias sensacionalistas, estendendo o impacto a populações além das pessoas diretamente envolvidas”, afirmou a PhD Roxane Cohen Silver à publicação da Universidade da Califórnia, em Irvine (UCI).
A equipe ressalta que acompanhar quase que “obsessivamente” os desdobramento de tragédias é comum, tanto porque é fruto da curiosidade humana, quanto porque é uma forma “instintiva” de saber o que fazer para ficar seguro. Contudo, o equilíbrio é essencial, principalmente por parte dos veículos de imprensa.
“Para os meios de comunicação, recomendamos moderar os aspectos sensacionalistas da cobertura noticiosa desses eventos, de modo a não provocar preocupação e angústia excessiva entre os espectadores”, recomendou Thompson. Em outras palavras, mantenha-se informado sobre o que está acontecendo, mas evite acompanhar longas transmissões de tragédias e catástrofes. Saiba apenas o essencial e troque de canal ou site.

O PODER DA BOA NOTÍCIA
Depois de assistir a histórias boas, os entrevistados relataram que a sensação de ter um “bom dia” foi prolongada, permanecendo em 88% do tempo, ou seja, eles ficaram bem quase o dia todo.
Enfim, para sair desse estado de espírito negativo, ansioso e angustiante, mantendo sua mente mais clara e perceptiva, procure nutrir-se com informações positivas, que realmente informem algo essencial e verdadeiro, que tragam bem estar e que ajudem você com o que seja importante para sua vida pessoal, profissional ou mesmo para sua jornada interior.
Proteja e mantenha sua mente, seu corpo e seu emocional saudáveis. À semelhança de um alimento que escolhemos no supermercado, quanto menos veneno no prato, melhor! Namaste!
Luciane Strähuber – Educadora da Terapêutica Integrada
Fonte complementar: UCINews, ScienceAdvances , Galileu e Só Notícia Boa
Fonte original do artigo: https://news.uci.edu/2019/04/17/media-exposure-to-mass-violence-can-fuel-cycle-of-distress-3-year-longitudinal-study-shows/