“Ao desenvolvermos o exercício da entrega, desapegamos do controle, do que não é de nossa responsabilidade, daquilo que não nos compete. O controle pressupõe medo – uma das suas interfaces – e ambos seguem lado a lado.
Quando controlamos ou desejamos controlar a nossa ou a vida de outrem, em verdade estamos fugindo e negando os nossos próprios medos.
Quando na ação controladora, desviamos do nosso próprio caminho, do nosso propósito, muitas vezes impedindo a nós mesmos e ao outro de viver a sua experiência como ela deveria ser, responsabilizando-se pelo que é seu, comprometendo-se consigo.
Impedimos a nós e ao outro de obter a lição que necessita e, com isso, a evolução e o crescimento de ambos é prejudicado na espiral dos acontecimentos da vida. Quando, ainda assim, o desejo de controle for incontrolável, ainda existirá a escolha perante a encruzilhada.
A partir de um exercício diário, um decreto interno, um voto de honra e comprometimento para comigo, escolho desapegar.
Desapego do controle para ser capaz de identificar, compreender e trabalhar medos conscientes ou profundamente soterrados pelo inconsciente.
Desprendo-me do que não compete a mim resolver, seguir, envolver e controlar.
Solto as expectativas, as ideologias, as verdades absolutas, as certezas que escravizam, as crenças e os padrões do passado. Mesmo que ainda não tenha total consciência deles, minha escolha consciente é soltá-los, permitindo a criação de um novo espaço para um novo Eu nascer.
Sigo adiante, um passo de cada vez, aprendendo a caminhar com mais leveza e presença à medida que libero o que não me pertence, o que não serve mais para estar dentro da minha mochila de ferramentas essenciais.
As únicas rédeas que mantenho em minhas mãos, a única roda que mantenho girando, o único mastro que mantenho governando e regendo o navio de minhas experiências é o de minha vida, de minha jornada.
Sou a autoridade em meu mundo que é auto-sustentada e sigo confiando, aberta para receber tudo o que a vida, a morte e o universo me trazem como presentes, bênçãos e aprendizado.
As rédeas desse cavalo selvagem são minha força e poder interior; as rodas dessa carroça que giram e seguem por caminhos essenciais são o movimento harmônico do Ser em cada ação; o mastro desse navio é o olhar sempre no horizonte, sintonizado ao norte de minha bússola interior: o coração em paz!
Mesmo que hajam ondas desafiadoras, aprendo sobre o desafio dentro dos desafios, aprendo a tornar o desafio harmonioso.”
Mensagem de ©YEHUÁ & Uma Cigana Guardiã da Vida – Por Luciane Strähuber