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O Poder Ancestral de Cura da Erva-Mate

Chimarrao-1

“Amargo doce que eu sorvo, num beijo em lábios de prata, tens o perfume da mata, molhada pelo sereno…E a cuia, que passa de mão em mão, traduz o meu chimarrão, em sua simplicidade, a velha hospitalidade da gente do meu rincão”. 

Pela forte sintonia e conexão que possuo com a erva-mate e todo o potencial de cura que ela carrega em si, decidi trazer mais informações relativo ao seu uso através deste Post. Muitas podem ser as formas de utilização da erva, que vão além do famoso, caloroso e difundido chimarrão aqui no Sul do Estado, ou mesmo o delicioso tererê, consumido frio com limão e hortelã ou maracujá.

Sejam pelas suas propriedades medicinais e terapêuticas, sejam pelas suas atuações energéticas, ainda existem aspectos históricos, lendas e significados ancestrais vinculados aos rituais realizados com a erva em algumas tribos indígenas. A palavra “Mate” deriva do termo mati, na língua indígena quéchua, que também significa “Mãe Universal”. A cuia, chamada de “Congonha”, deriva do tupi kõ’gõi, que significa “o que mantém o ser”, designando o recipiente onde é bebido o chimarrão.

O ciclo de erva no Brasil iniciou quando o Paraguai se isolou dos outros países, proibindo a exportação de erva-mate para fora do país. Isto fez a Argentina e o Uruguai substituírem a erva-mate importada paraguaia pela brasileira, desenvolvendo, assim, o cultivo da planta no Paraná e em Santa Catarina. A descoberta da erva iniciou pelos índios guaranis, da região nordeste da Argentina. No Séc. XVI, os guaranis passaram este conhecimento aos colonizadores espanhóis, que o disseminaram por todo o Rio do Prata. A erva chegou a ser proibida no sul do Brasil durante o mesmo século, sendo considerada “erva do diabo” por padres jesuítas. A partir do século XVII, os mesmos passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar as pessoas das bebidas alcoólicas.

chimarrão_lareira

Por volta de 1690, Anton Sepp, jesuíta austríaco, ao encontrar índios na Banda dos Charruas conta: “(…) um deles pediu apenas um pouquinho de uma erva paraguaia que não é outra coisa senão as folhas secas de determinada árvore, moídas em pó. Esse pó os índios deitam na água e dele bebem (…)”Outra parte da história diz que, em viagem ao sul do Brasil, o viajante e médico alemão Roberto Avé-Lallemant relatou em meados de 1858: “É o Mate a saudação da chegada, o símbolo da hospitalidade, o sinal da reconciliação. Tudo o que em nossa civilização se compreende como amor, amizade, estima e sacrifício, tudo o que é elevado e bom impulso da alma humana, do coração, tudo está entretecido e entrelaçado com o ato de preparar o Mate, servi-lo e toma-lo em comum.”

Essa segunda descrição, do meu ponto de vista, é a que melhor descreve o significado da erva-mate, pois em algumas tribos se dizia que ela era considerada a erva da alegria, aquela que nos sintoniza com o que temos de melhor, que nos traz força e coragem para enfrentar momentos de escolhas, decisões, mudanças e desafios, não sendo à toa que alguns índios tomavam-na para trazer energia antes da caça. Na Fitoenergética, uma forma de trabalhar a atuação das ervas energizando-as e consagrando-as para harmonizar nossos corpos mental, emocional e espiritual, possui o significado de ajudar a suportar os problemas da vida, ter força e coragem de se expor e mostrar-se para as situações que se apresentam, sem receios, mesmo abalado por dificuldades, honrando suas origens ancestrais.

Quando se fala em honrar nossos ancestrais que se encontram na Luz da consciência, sejam os ancestrais indígenas ou aqueles que fizeram parte de nosso história aqui em outras vidas, consiste em consagrar a erva para qualquer momento que estejamos usando-a, entrando em sintonia às frequências das consciências elementais e dévicas da natureza que regem o espírito da planta e que, através dela, nos auxiliam a equilibrar tudo o que estejamos necessitando, com amor e respeito. Quando essa sintonização acontece, as propriedades da erva são potencializadas em todos os níveis – físico, mental, emocional e espiritual – e os resultados, por sua vez, trazem a expansão de consciência, o discernimento e a clareza mental para aspectos que estejamos buscando transformar em nós.

Outra forma de utilização, que muitos talvez não conheçam, mas que faço uso com ótimos resultados, são os banhos de erva-mate para revitalizar o corpo e energizar a aura. Da mesma forma que você prepararia um chá, dissolva em 1 copo de água quente 4 a 5 colheres (sopa) de erva-mate moída. Misture bem, deixe descansar um pouco para o excesso de borra ficar no fundo do recipiente. Coe e coloque em um recipiente com mais ou menos meio litro d’água morna, que pode ser a própria água do chuveiro. Acrescente 2 gotas de óleo essencial de lavanda, se quiser, misturando também ervas de sua preferência para auxiliar no processo de limpeza energética, como alecrim, sálvia, arruda, manjericão, entre outras que desejar. Derrame um pouco deste preparado no centro da cabeça e em todo o corpo, lentamente. Após, retire o excesso do corpo, secando sem esfregar para que as ervas e os óleos penetrem na pele. Procure usar toalhas escuras ou coloridas, tendo em vista que pode manchar toalhas mais claras.

Lenda erva-mate

No que se refere às lendas, entre as que tenho conhecimento e outras que pesquisei, penso que esta linda história fez bastante sentido, sintonizando com o significado que os indígenas atribuíam à erva considerada sagrada:

Erva-mate_flores e frutos

Entre as propriedades da erva, análises e estudos detectaram a presença de muitas vitaminas e sais minerais. Sua forma de uso pode ser através da erva verde ou tostada, moída ou pura folha, no preparo de chás e chimarrão. Suas principais características são:

  • É um moderado diurético e leve laxante
  • Estimulante das atividades físicas e mentais
  • Auxiliar na regeneração celular
  • Contém vitaminas – A, B1, B2, C, D e E
  • É rica em sais minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio, manganês
  • É vasodilatador, atua sobre a circulação acelerando o ritmo cardíaco
  • Auxiliar no combate ao colesterol ruim (LDL), graças a sua ação antioxidante
  • Por ser estimulante afrodisíaco graças à saponina presente na erva, um componente da testosterona
  • É rica em flavonóides (antioxidantes vegetais) que protegem as células e previnem o envelhecimento precoce, tendo um efeito mais duradouro pela forma especial como se toma o mate
  • Previne a osteoporose, fortalecendo a estrutura óssea
  • Contribui na estabilidade dos sintomas da gota (excesso de ácido úrico no organismo)
  • É rico em fibras que contribuem para o bom funcionamento do intestino
  • Auxiliar em dietas de emagrecimento
  • Atua beneficamente sobre os nervos e músculos, combatendo a fadiga
  • Regulador das funções cardíacas e respiratórias

Para aqueles que, além de uma boa erva, primam pela saúde, sustentabilidade e preservação ambiental, sugiro algumas marcas orgânicas que relaciono abaixo. A erva-mate orgânica vendida à granel você também encontra em lojas de produtos naturais, tão maravilhosas quanto as de pacote, pois geralmente tem maior fluxo de saída e, por essa razão, podem ser mais verdes e novinhas.

Erva-mate_logo Mate Herbal
Erva-mate_Mate Herbal
Erva-mate orgânica tribal
Ervas-mate Yacui Orgânica

Assim, deixo aqui meu sincero desejo de que a partilha, as conexões e as experiências com a erva-mate sejam mais belas, profundas e especiais através dessas informações! Salve Grande Mãe Natureza, Salve as infinitas possibilidades de cura, sabedoria e amor que recebemos dos teus Reinos de Luz! Ahow!

Luciane Strähuber – Educadora da Terapêutica Integrada

Conheça o Purificador de Ambientes Kaeté elaborado com base de erva-mate orgânica: Anciã da Sabedoria – Linha Xamânica 

2 comentários em “O Poder Ancestral de Cura da Erva-Mate”

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