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Círculos Sagrados Femininos: Somos Uma na Arte do Sentir

“Em qualquer círculo onde habita o sagrado feminino, nos encontramos no Centro. Neste Centro que nos une, sentimos ordem, equilíbrio, doçura e leveza. Vibramos em uníssono. Uma mesma frequência nos invade por ressonância. No centro de cada uma de nós, em círculo unidos, neste espaço vazio e cheio, relembramos a Arte do sentir.

Sentimos amor e apoio, acolhimento e compreensão, igualdade e isenção de julgamento, sororidade e verdade. Sentimo-nos em comunhão a outras mulheres, sendo carregadas num colo maternal, inspiradas a nutrir novamente os nossos sonhos, incitadas a ter olhos de alegria e a festejar os nossos avanços, encorajadas a deixar cair as máscaras e os papéis sociais para sermos quem somos: luzes e sombras. 

Somos Uma com as Deusas que habitam em nós. Somos Uma com a Grande Mãe Terra, a consciência da Deusa, o Grande Espírito de toda a Vida e Deus-Pai-Mãe Celestial. Somos Uma no pulsar de nossos úteros: cálices sagrados de criação e perpetuação da vida, onde habitam as medicinas e as sabedorias ancestrais benfeitoras, onde ressoam a memória curativa das tendas e os círculos femininos de outrora.

Somos Uma quando reconhecemos que esse espaço de vida também guarda os fios energéticos dos vínculos de todos aqueles que passaram pelo nosso caminho, os registros das memórias de nossas vidas – desde a fase intrauterina materna, os relacionamentos afetivos, os traumas, as crenças, o que nos faz fluir e o que nos trava, até o que nos adoece e o que nos cura.

Somos Uma no espelhamento das faces inconfessas das nossas sombras, e nas descidas em nossas raízes profundas, nos reconhecemos enquanto espelho de outras que vieram antes de nós, daquelas que fizeram e fazem parte do nosso convívio no agora. 

Somos Uma quando partilhamos as lágrimas e dores da nossa noite da alma, do tempo necessário que tivemos para morrer e renascer inúmeras vezes dentro de nossos casulos interiores, até adquirir uma nova forma, uma consciência mais expandida, um novo Self.

Somos Uma quando decidimos fazer o mergulho para resgatar nossas partes perdidas, nas trocas de pele no caminho, nos vazios e carências da nossa criança interior, nos desejos e instintos da nossa natureza livre e selvagem. Somos Uma quando na busca para encontrar as chaves que abrirão portas ainda fechadas. 

Somos o oráculo, a biblioteca viva, a quintessência, a Anciã que nos aguarda com um fogo cálido e um amor fecundo para nos desnudar diante das crenças que nos limitam, diante do que nos ensinaram sobre quem somos, desaprendendo sobre um velho e ultrapassado “Eu” e nos religando àquela que realmente somos ou àquela que estamos trabalhando para nos tornar. 

Somos Uma com a estrela brilhante que guia as nossas criações de alma, os nossos vôos mais altos, mais brandos, mais estáveis, não menos desafiadores e aventureiros para lugares desconhecidos de nós mesmas. Temos o mapa dessa jornada no corpo, no útero, no coração, na alma individual e na alma grupo através da qual viemos em espírito.  

Somos o Círculo Sagrado Feminino além do tempo, relembrado através do sentir, pela interconexão dos nossos ventres, pela sintonia do nosso propósito, pela sincronicidade dos nossos reencontros no ontem, no hoje e no amanhã. 

Somos cálices vivos de amor, onde guardamos tanto de nós e de nossas ancestrais, tanto quanto suas obras e realizações. Somos Uma nessa esfera feminina que vibra no mesmo pulsar de vida: protegendo, guarnecendo e nutrindo toda centelha vívida. Somos Uma com a Eterna Flor da Vida. 

Somos Uma com o que a sociedade nos ensinou a renegar: a linguagem do corpo, os tabus, as dores, as fugas, o ocultismo e os segredos pessoais. Nossas dores e cicatrizes desejam ser ouvidas, respeitadas e reconhecidas, embaladas em nosso colo de compaixão para serem libertas por lágrimas de auto-amor e autoperdão. Onde há uma cicatriz, há uma história. Aprendemos, assim, a não represar a vida, a não nos esquecer ao relento. 

Nesse espaço vazio de ego e cheio de substância imemorial, intercambiamos conhecimentos, sabedorias antigas, ancestralidades da nossa alma, experiências únicas desta existência e de outras, sábios saberes, poções, fórmulas curativas e bálsamos para o corpo, a mente e o espírito, para um coração ferido, empedernido, magoado ou entristecido. Temos a sabedoria inata de curar, acolher, reavivar, doar, receber e amar.  

Revivendo essa arte feminina nos tornamos uma Unidade. Reaprendemos o poder de sentir, dos instintos, dos sentidos – o sétimo sentido feminino, da intuição. Somos a visionária que sabe levar o olhar além do momento presente. Somos a vidente, rememoramos o contato com a percepção que vai até o passado, capaz de desbloquear fluxos de amor interrompidos e energias antigas que precisam dar espaço para o novo. Somos a curandeira de nós mesmas e de outras mulheres ao ativar e desenvolver o auto-amor, o autocuidado, a autocura e a autorresponsabilidade, o equilíbrio entre o doar e o receber.

Nesse fluxo criativo, nutritivo e vital, trazemos de volta as espirais da criação às nossas vidas, criamos e co-criamos aqui e agora a partir da liberação do que não nos serve mais. Focamos nas soluções e não mais nos problemas. Deixar ir é dar espaço para que o útero possa renascer! Nossa criatividade e nossas almas têm espaço para vicejar novamente. Nesse território fértil, eternamente florescemos!”

Por Luciane Strähuber – Consultora e Terapeuta Integrativa com foco na Terapia Feminina

2 comentários em “Círculos Sagrados Femininos: Somos Uma na Arte do Sentir”

  1. Bom dia, Luciane…
    Pensei tanto em você… você está bem?? Espero que sim.
    Vou deixar meu contato, se sentir vontade de ligar…981098347.
    Um abraço cheio de carinho.💜

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