“Ao cultivarmos metas impessoais e a neutralidade, ao depurarmos nossas vibrações, podemos escutar a mensagem dos oceanos e elevar-nos a níveis sutis de existência ainda desconhecidos.” ~ Trigueirinho
Em meio ao caos, reside nossa prova de fogo, nosso maior desafio: encontrar a ordem. À semelhança dos ciclos de vida-morte-renascimento que ocorrem na natureza, somos capazes de aprender essa lição apenas contemplando-a todos os dias.
Em meio a situações caóticas que tem trazido à superfície antigas mentiras disfarçadas de verdade – cujos disseminadores ainda lutam para serem eternos, inalcançáveis e onipotentes – muitos são os véus levantados dos nossos olhos, dissipando pensamentos confusos que antes nublavam nossos ouvidos e nossa mente.
A verdadeira sabedoria, a palavra perdida, o conhecimento esquecido e guardado na alma através do portal do coração vem sendo desperto, sussurrando em nossos ouvidos através de códigos de luz e amor para clarear a mente e fortalecer a essência do Ser.
É com base nessa reflexão que transcrevo um trecho de um dos livros de Trigueirinho, escrito na década de 90 mas extremamente atual, fazendo uma analogia a este momento de transformação interior e evolução planetária que vivemos.
Que essas palavras possam relembrar e nos conectar todos os dias ao chamado da alma, aos ensinamentos dos nossos Irmãos das Estrelas que vibram o puro amor, que nos impelem aos mergulhos necessários e corajosos às profundezas dos nossos oceanos interiores. Que nos convidam a trilhar caminhos que nos levam às chaves ancestrais da nossa consciência, capazes de abrir qualquer fechadura.
Um passo de cada vez, uma porta de cada vez, seguimos pela espiral evolutiva do ser para relembrar o mapa de nós mesmos, para resgatar as chaves que deixamos guardadas ao longo da jornada. Subindo ou descendo por essa espiral, em direção ao nosso passado, presente ou futuro de forma consciente, compreendemos que existirão portas fechadas em nossa frente pelo tempo necessário ao nosso despertar, e que muitas somente estarão disponíveis após a abertura daquelas que se encontram nas profundezas dos nossos oceanos interiores. Namaste!
“Na escuridão mais densa, raios de luz anunciam um novo ciclo.
O crescente caos nos níveis externos do planeta não deve ser motivo de tristeza ou desânimo. Ao contrário, indica a aproximação de momentos finais de longa e obscura noite na qual a vida planetária esteve imersa.
No decorrer de várias etapas o homem da superfície da Terra foi mantido na ignorância por aqueles que representaram forças involutivas de aparentemente grande poder. Essas forças instigaram acontecimentos como o incêndio da Biblioteca de Alexandria; a queima de documentos da civilização maia (século XVI) por um bispo espanhol da província de Yucatã; o expurgo, da Bíblia, dos ensinamentos de Enoch; o cancelamento ou obscurecimento dos documentos históricos, promovido pela Igreja, da figura de Apolônio de Tiana, até chegarmos a hoje, quando métodos mais sutis são usados para perpetrar crimes semelhantes.
Todavia, é exatamente após a mais densa escuridão que raios de luz começam a despontar, anunciando um novo ciclo. Não tarda o momento em que, em maior proporção, fatos inusitados sucederão em toda a superfície da Terra, revelando a existência de mundos paralelos e seus habitantes. Há milênios, esses seres vêm auxiliando em silêncio a humanidade, impedindo-a de se autodestruir. Contudo, são hoje habilmente ridicularizados em histórias de ficção difundidas em filmes e livros que incutem na mentalidade humana impressão desvirtuada. Isso prossegue porque a crítica e a ironia são as defesas do homem despreparado para estar diante do que o transcende – ainda acreditando ser o único ser senciente no universo.
No entanto, existem também disponíveis instruções e informes sérios, de cunho genuinamente supramental, que fazem o importante trabalho de desanuviar a consciência humana e planetária de falsas concepções. Se um ser busca sinceramente o motivo e as bases para a vida na superfície da Terra, poderá encontrar estímulo. Segundo Sri Aurobindo*, a experiência da vida humana sobre a Terra se deu várias vezes antes dessa, e se repetirá outras tantas. Ainda segundo ele, em tudo o que fazemos hoje aproveitamo-nos subconscientemente da experiência de inumeráveis precursores, e nosso trabalho fecundará planetas desconhecidos e mundos ainda não criados.
Ingressamos num ciclo em que poderão realizar-se avanços no campo pessoal e na unificação interna de grupos que compõem a rede de serviço planetária. Fatos tidos como improváveis ou de difícil aceitação pela mente racional poderão fazer parte da experiência cotidiana de muitos desses grupos. A hierarquia espiritual acompanha os pequenos e os grandes movimentos que se passam no planeta e nos indivíduos. Transmite-lhes potente energia para suprir necessidades em diversos níveis, e seus instrumentos externos são os grupos dedicados ao trabalho evolutivo.
Para agir em sintonia com as metas por elas determinadas, tais grupos precisam manter viva a aspiração de remover os obstáculos, para que a humanidade como um todo tenha uma existência liberta. Essa aspiração é acolhida e, quando chegar a hora, transformações definitivas se consumarão. A ajuda está disponível, mas os caminhos oferecidos por essa civilização atual desviam o homem da realidade interna, da vida superior. É preciso trabalho e adesão sempre renovada, contínua, permanente. A atitude positiva de ontem pode estar desatualizada hoje.
A concentração no eterno presente revela o que deve ser vivido a cada instante. Apesar do caos, pressentem-se mudanças positivas e benéficas. Esse pressentimento pode antecipar a manifestação da verdade e devemos estar preparados para acolhê-la.”
* Aurobindo Akroyd Ghosh ou Ghose, mais tarde conhecido como Sri Aurobindo, foi um nacionalista indiano, lutador pela liberdade, filósofo, escritor, poeta, yogue e antigo guru.
Trecho Extraído do livro: Os Oceanos tem Ouvidos – Trigueirinho
Sugestão de Documentário: Oceans (2014) – Moving Art, Moving Art/Netflix – by Louie Schwartzberg
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