“Após alcançar o verdadeiro vazio e superar a si mesmo, você entra no Tao.” – A Hundred Eyes (Episódio do Seriado Marcopolo)
Os Intermediadores do Tempo Humano e do Tempo da Alma: Uma Transição no Espaço do Self
Esse texto foi escrito e canalizado com base em minhas experiências e transformações interiores, fazendo parte de um projeto de livros que venho criando. Sejam bem vindos todos os que se sintonizarem de coração e alma com os sinceros códigos de luz e amor aqui contidos, impressos em conexão à consciência e aos irmãos de alma através dos quais me sintonizo.
Que essas palavras possam ser como placas na estrada, auxiliando na clareza e no discernimento de um caminho muito sábio, repleto de chaves de verdade, mas bastante estreito e nada fácil de ser compreendido caso não haja entrega, desprendimento e compaixão por si.
A entrega nos processos de transformação interior me ensinou sobre sua necessidade na jornada: morrer primeiro para renascer depois, desapegar primeiro para preencher depois os espaços vazios com as criações da alma, desprendendo do passado para ter a clareza dos próximos passos no presente.
Esse é apenas um olhar sob a superfície desse processo, que em verdade é tão profundo que poucas palavras não poderiam descrevê-lo – a profundidade dele depende de quão profundas são as nossas raízes e o quanto estamos dispostos a desapegar. Talvez, a analogia de estar dentro de uma caverna por um longo tempo, apenas com sua própria companhia – a consciência em si – poderia ser um bom começo.
Estejam à vontade para compartilhá-lo, espargindo essas sementes de luz e respeitando suas “terras de origem” – os créditos ao final do texto. Namastê! ❤
Muitos devem estar questionando sobre suas vidas e os porquês de tudo estar sendo transformado, muitas vezes “do zero”.
Aqueles no caminho que não estão mais identificando-se, reconhecendo-se ou reconhecendo sua essência inserida no local e na cidade onde mora, o trabalho que desempenha, a profissão que escolheu, os relacionamentos afetivos através dos quais esteve ligado, certamente está se perguntando: por que aquilo que sempre funcionou agora surge como se não tivesse mais sentido? Por que existe uma certa intolerância e incompatibilidade com lugares, pessoas, atividades, ações, situações que antes se encaixavam perfeitamente na rotina e que agora são sentidas como vazias de significado?
Muitos não devem estar compreendendo o processo, porque o olhar do observador interno está focando apenas em uma única direção. Então, vamos olhar um pouco mais além, um pouco mais de longe todo esse quadro, nos afastando da ebulição deste vulcão repleto de dúvidas e perguntas do território da mente e sobrevoando nossa vida, assim como a águia sobrevoa extensas regiões a grandes alturas.
Numa explicação mais palpável para o plano da matéria, seria como se estivéssemos dirigindo um carro numa pista de três vias: a via do tempo humano – onde reside a massa de pessoas que vive sua rotina da mesma forma há décadas, sem importar-se com mudanças ou desejá-las; a via do tempo da alma – onde encontram-se os núcleos e grupos de pessoas que já realizaram a transição para uma outra rotina, mais repleta de significado, mais de acordo com os anseios essenciais da alma e fazendo aquilo que amam conscientemente; e a via que intermedia esses dois tempos: a via do tempo de transição: onde estão os núcleos de pessoas que não se identificam mais com o tempo humano ditado pelas limitações de um único sistema.
Essas pessoas já estão realizando alguns dos seus objetivos e projetos essenciais, mas ainda precisam transitar entre o tempo humano e o tempo da alma, seja como compromisso cármico, por compaixão aos seus semelhantes e afins enquanto um impulso natural e energético, seja como compromisso espiritual que tem por base o amor a uma causa, a uma responsabilidade que vai além da sua rotina individual na matéria.
Esse último grupo de pessoas chamamos de intermediadores de mudança ou de transição, uma vez que são eles que estarão auxiliando – por diferentes formas e meios – os que ainda estão no tempo humano a migrarem para o tempo da alma, da mesma forma que um imigrante se desloca para outro país.
Ressalto aqui que essas vias estão sendo explicadas separadamente apenas para a compreensão no plano da matéria, quando na prática estão coexistindo entre si, assim como aqueles que transitam entre elas podem estar intercalando sua transição como seres multidimensionais que são.
Este pode ser um processo lento, a médio e longo prazo, dependendo do quanto somos capazes de soltar, de desapegar do que não nos serve mais. Aqueles, portanto, que ficarem presos a qualquer situação do passado que seja desgastante, viciosa e acomodada, que diga mais respeito ao “ter” do que ao “ser”, presos a pessoas, bens materiais, lugares e coisas obsoletas que já não os levam para lugar nenhum, levarão muito tempo para fazer a migração – talvez até venham a desistir dela.
Estarão tão preocupados em adquirir e conquistar coisas que, em determinado ponto da jornada, acreditarão que sua transformação dependerá das mudanças que realizam perante o que conquistam no plano da matéria, quando na verdade adquirimos maturidade emocional e espiritual através da transformação interior, das mudanças que realizamos em nós.
Para os que se encontram como intermediadores, está longe de ser uma tarefa fácil porque ao mesmo tempo que não se encaixam há tempo nos moldes que a “sociedade de controle” determina – pelo fato de saberem quem são e onde precisam chegar – também necessitam concluir este processo de transição para o tempo da alma, uma vez que a partir de suas experiências, à medida que tornam-se conscientes de cada uma delas e de cada passo dado, ajudarão outros que poderão seguir a mesma “placa” apontada para a travessia desta ponte, encontrando sua própria forma de atravessá-la.
Para ser mais específica, é como se essas pessoas já soubessem que precisam cumprir um certo número de horas no tempo humano para migrarem plenamente para o tempo da alma, a partir da criação de um espaço repleto de significado que é preenchido diariamente com suas experiências.
Essas experiências geralmente deixam códigos que nossa consciência capta, sinais que recebemos do universo assim como cartas do tarot ou placas de trânsito na rodovia. Nossas experiências de vida são um grande tarot que, de tempos em tempos, podem conter respostas e apontar direções para o nosso presente e futuro.
A tarefa como intermediadores pode ser muito frustrante, angustiante até se não confiarem na sua intuição, na voz do seu coração, se não derem um passo de fé, confiando que do outro lado da ponte há algo reservado para si à medida que avançam, que desapegam do que não serve mais para o agora – a semelhança de uma roupa que encolheu depois da lavagem e não serve mais – e seguem aprendendo com as próprias experiências para dar os próximos passos, e um de cada vez para serem sentidos com profundidade.
Importante dizer que é, ao mesmo tempo, um momento de grande desapego, de profunda confiança em si e no universo, e de união de compromissos. Se você é um intermediador e se vê nesse papel, ouse levar adiante os registros de suas experiências para outros que ainda não chegaram onde sua compreensão está.
Quando alcançamos a consciência de que quanto mais nos conhecemos, quanto mais nos sintonizamos à nossa essência, quanto mais estivermos presentes com amor em tudo o que fizermos, pensarmos e sentirmos – nos dando a devida atenção, a pausa necessária e o silêncio quando assim precisarmos, sem nos julgarmos quando não pudermos ou não conseguirmos estar sempre ativos no processo – menos vamos nos encaixar em modelos prontos porque estaremos, na realidade, construindo e reconhecendo o nosso próprio modelo de ser, de viver, de fazer diferente, de criar algo novo, um modelo que surge do processo de ressignificação.
Esse é um processo ligado à recodificação do DNA: um upgrade de nós e de tudo o que está ligado a nós, em várias dimensões e planos existenciais.
Não importa em que fase ou etapa do processo você se encontra. Não importa qual parte da ponte você já trilhou ou se já conquistou a maneira de existir e ser no tempo da alma. Importante é continuar usando suas experiências como ferramentas para auxiliar outros no caminho, e a você em primeiro lugar. Continuar criando espaços no tempo onde a consciência poderá ser manifestada de várias formas.
Aqui, existe profunda importância na criação desses espaços criativos que representam oportunidades para todos, porque o tempo é relativo nesses espaços. Quando dizemos: “Nossa, não vi o tempo passar!” É porque estamos preenchendo o espaço com a nossa presença – a consciência é presente. O tempo é relativo, portanto. Esses são os chamados “saltos no tempo” porque estamos vibrando em mais de uma dimensão ao mesmo tempo.
O que funcionou para você, por conseguinte, pode funcionar para outra pessoa. Uma resposta que auxiliou você a encontrar outras rotas, novas soluções para antigos problemas, certamente poderá ser um gatilho, um sinal, um farol para outros que ainda não conseguiram encontrar e construir a sua ponte nessa transição.
Esta ponte que você está construindo não está apenas na matéria. Ela coexiste nos seus corpos físico, mental e emocional porque estes são veículos que ligam você à matéria, também a outras dimensões.
Por essa razão, esta ponte também está alterando você nos níveis físico, mental e emocional.
Pode ser que você venha a tratar algum problema de saúde que se desenvolveu por algum bloqueio ou trauma que veio à tona e já está em processo de transformação; que você venha a modificar a forma de reagir a certas emoções e a desenvolver uma forma completamente nova de pensar e sentir por outras perspectivas, geradas por emoções mais centradas e menos desarmonizadas. Pode ser ainda que você se sinta com mais foco, mais energia e tranquilidade para realizar escolhas e resolver problemas que antes eram como tempestades num copo d’água. Tudo isso faz parte do processo de transição e só pode ser percebido a cada passo.
Mesmo que você queira ver mais, saber mais, compreender mais – mecanismos do ego para gerar mais segurança – o processo convida a viver e entregar-se no Agora para que, assim, aprenda a desapegar das expectativas do ego e a confiar na alma. Estar no agora significa estarmos “presentes no presente”, não no passado. Quando estiver pronto para compreender, “a ficha cai”!
Assim, com o tempo, serão tantas as vias de acesso que essas pontes também estarão conectadas entre si, formando um grande grupo, uma grande geometria harmônica criada a partir do novo molde individual, um novo modelo criado pela consciência de cada um que está envolvido no processo de despertar de si e do planeta.
Confie e continue criando sua ponte: ela levará você para onde sua alma poderá existir em harmonia com o Todo ao seu redor.
Mensagem recebida em canalização: ©Yehuá & Irmãos das Estrelas