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Tinturas para cabelo 100% naturais – Parte 2

Dedico este artigo ao pessoal que acompanha o Blog e aos que passam por aqui em busca de informação boa e séria! 😉 Tendo em vista este ser um dos assuntos mais acessados e discutidos através de comentários, mensagens e e-mails, sigo complementando e atualizando as informações que publiquei no artigo anterior: Tinturas para Cabelo 100% Naturais Com o aumento da demanda por produtos cada vez mais naturais, orgânicos, livres de transgênicos, testes em animais e quimical free, crescem as opções de produtos no mercado, assim como cresce a procura por cursos online sobre o assunto.

No final deste artigo, sugiro alguns Canais bem interessantes – para quem não tem muito tempo a perder – com receitas caseiras, naturais e à base de ervas, especiarias e tinturas provenientes de extratos vegetais da natureza. Do meu ponto de vista, são bem objetivos, trazendo receitas simples e fáceis de fazer em casa. Entretanto, mesmo se tratando de receitas naturais, sugiro que você converse com um especialista ou busque informação em canais especializados para não danificar os seus cabelos, já que dependendo do caso, não são recomendadas certas misturas. Então, vamos aos esclarecimentos.

RECEITAS CASEIRAS

A dica que deixo aqui é buscar uma receita que esteja de acordo com o seu tipo de cabelo, mas avaliando também a condição em que ele se encontra atualmente – se é seco, normal, oleoso ou misto; se está desidratado, ressecado, quebradiço, com pontas duplas ou queda excessiva; se tem mechas, luzes, alisamentos, tonalizante, tintura química, descolorante, etc. Escolha, assim, a opção de receita para o seu tipo de cabelo + condição de cabelo, lembrando: um tratamento natural/ caseiro requer disciplina e tem resultados gradativos. Pode ser mais permanente no caso da henna em pó – pura ou misturada a algum outro extrato natural – ou da henna em creme. Se o cabelo for comprido demais, a dosagem também é diferente.

TINTURAS EM PÓ

Respondendo os e-mails e comentários recebidos sobre as tinturas em pó: todas as tinturas naturais em que usamos pó – sejam as do mercado ou mesmo os elementos que compramos para fazer em casa – geralmente tem a tendência de ressecar os fios. Com isso, sugiro que junto à mistura seja acrescentada 01 a 02 colheres (sopa) de um óleo vegetal extra virgem de sua preferência – indico o de coco ou de oliva – ou glicerina vegetal em creme (sem parabenos ou petrolatos) – ou ainda a mesma quantidade de uma máscara capilar de sua preferência, a mais natural possível. No caso das misturas contendo limão ou outro elemento mais ácido: mais cautela ainda para quem tem cabelos secos ou ressecados, algum processo químico ou em função de exposição à água do mar, piscina, sol. E no que se refere à canela, não indico para quem tem pele sensível ou rosácea, pois causa alergias, além de ressecar os cabelos.

Outro esclarecimento: no caso da Henna Surya em creme, ela não tem na sua composição apenas a henna como muitos pensam, mas sim uma lista de extratos de plantas que, dependendo da coloração que se deseja, possuem mais ou menos elementos das plantas listadas, são elas: Açaí, Acerola, Achillea, Amla, Aloe Vera, Arnica, Avelã, Babaçu, Camomila, Castanha do Brasil, Guaraná, Jenipapo, Juá e Malva. Como ainda tenho recebido comentários de pessoas que duvidam que seja totalmente natural – e com razão pela quantidade de produtos que não fazem jus ao que está descrito no rótulo – trago minha experiência que confirmou isso.

Há alguns anos atrás, através de um naturopata, bioquímico e cientista que possui um grupo de estudos na Unicamp, tive a confirmação que os testes realizados confirmavam que o produto era natural, sem amônia, sem parabenos e sem metais pesados. Hoje, não saberia dizer se a fórmula foi modificada, a não ser realizando novos testes. Entretanto, uso a henna creme de vez em quando como tratamento para os cabelos e, no meu caso – tendo os cabelos normais – é de fato um ótimo tratamento. Para quem quiser pesquisar mais a respeito da henna, existem tutoriais especiais em Canais do You Tube apenas falando sobre as colorações com Henna. Muitos, inclusive, indicam misturar dois tons para se adquirir o tom desejado e, principalmente, para quem tem mais de 50% de cabelos brancos.

PH DO CABELO X PH SUBSTÂNCIAS NATURAIS: OS BASTIDORES DO PORQUÊ AS RECEITAS NEM SEMPRE FUNCIONAM

Trazendo o olhar para os “bastidores” dessas dicas, trouxe algumas tabelas advindas de sites profissionais para cabeleireiros, que indicam o valor do Ph do cabelo comparado a certos produtos que estão por aí dizendo que fazem milagres, quando na verdade não é o que ocorre na prática – no caso do vinagre e do bicarbonato de sódio, por exemplo. Dependendo do tipo de cabelo e da quantidade usada, passam a ser um grande problema ao invés de uma solução, porque os Ph’s muito alcalinos ou muito altos podem danificar os cabelos. O vinagre e o bicarbonato, por exemplo, podem gerar queda de cabelo se usados na quantidade errada – já ocorreu comigo. No caso do vinagre, o ideal é o de maçã.

O Ph normal do cabelo humano fica em torno de 4,5 a 5,5, ou seja, ligeiramente ácido. Assim se forma o manto ácido, que tem como função impedir a proliferação de fungos e bactérias no couro cabeludo, evitando irritações. Fios com pH neste grau são saudáveis e têm as cutículas fechadas (aderentes e lisas). O pH, ou Potencial de Hidrogênio, é a escala que mede o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância, podendo variar de 0 a 14.

Os cosméticos capilares com Ph alcalino são usados para modificar a estrutura externa e interna dos cabelos, abrindo as cutículas a fim de penetrar nos fios. O Ph ácido reforça a fibra capilar, age como adstringentes e neutraliza os tratamentos feitos com cosméticos alcalinos. Ao utilizarmos produtos muito ácidos (pH entre 1 e 2), assim como produtos muito alcalinos (pH acima de 10), os cabelos “incham”, pois as cutículas se abrem e é desta forma que os tratamentos químicos – alisamentos, permanentes e colorações – são mais eficazes.

Na maioria dos shampoos o pH oscila entre 5 e 7, para que o nível de acidez da oleosidade do cabelo em condições normais seja mantida, e isso é importante para impedir a sobrevivência de bactérias no couro cabeludo. O pH da água salgada é alcalino, por isso, cabelos com química devem evitar água do mar. Shampoos com pH entre 4.5 e 5.5 são indicados para pessoas que têm permanente, possuem o cabelo fraco ou tingido.

 

TIPOS DE CABELOS: AGENTES ÁCIDOS E ALCALINOS

O pH do cabelo determina o índice de acidez ou alcalinidade do fio. O fio de cabelo tem carga NEGATIVA, por isso ele retém partículas de carga positiva. O que hidrata naturalmente o fio de cabelo é o SEBO OU ÓLEO DO COURO CABELUDO.

Consequentemente, as dicas aqui são muito bem vindas para compreendermos o processo. Produtos contendo mais ou menos óleo, resultam em:

+ ÓLEO = pH ácido: deixa o cabelo macio, hidratado/ – ÓLEO = pH alcalino: deixa o cabelo seco, poroso. Tudo que retira a oleosidade natural do fio de cabelo é considerado um agente ALCALINO. Tudo que devolve a oleosidade natural é considerado um agente ÁCIDO.

* Agentes ácidos: Hidratações líquidas, produtos que contenham Óleos Vegetais ou Animais ou Umectantes;
* Agentes alcalinos: Escova, Química, Progressiva, Prancha, Secador, Produtos Cosméticos mal elaborados, etc.

Conclusão: Cabelo seco é um cabelo com PH ALCALINO/ * Cabelo oleoso é um cabelo com PH ÁCIDO/ * Cabelo normal é um cabelo com PH ÁCIDO/ * Cabelo danificado é um cabelo com PH ALCALINO/ * Cabelo ressecado é um cabelo com PH ALCALINO.

COSMETOLOGIA NATURAL

Aqueles que desejarem aprofundar o conhecimento podem buscar cursos especificamente para cabeleireiros – há cursos gratuitos e com valores acessíveis na web – mas minha ênfase é para a Cosmetologia Natural, Ecológica e Orgânica, porque esta segunda opção traz bases ótimas para você conhecer mais a fundo sobre bioquímica, produtos que devem ser usados, produtos tóxicos a serem evitados e fórmulas balanceadas de maneira correta para cada tipo de cabelo. Dessa maneira, você tem como saber se uma receita que se diz milagrosa vai mesmo funcionar para o seu tipo de cabelo, estendendo esse conhecimento para tudo o que diz respeito à sua pele, corpo, saúde e meio ambiente.

Um curso muito completo – mais profissionalizante no que se refere a você criar sua própria Linha de Cosméticos – que já disponibiliza alguns vídeos para você ir inteirando-se do assunto, você encontra no site da Cosmetologia do Bem. Mas, para quem quer apenas usar fórmulas em casa e livrar-se das químicas tóxicas, as sugestões propostas também fazem a sua parte. Infelizmente, como não podemos confiar nos órgãos reguladores – Anvisa e Inmetro – que autorizam a utilização de até 6% de chumbo – acetato de chumbo – nas tinturas, a melhor opção mesmo é utilizarmos o que a Mãe Natureza nos traz de melhor! Ficam as dicas com base na minha experiência. Que sejam super úteis para você também! Namastê! ❤

Luciane Strähuber – Educação Terapêutica Integrada

Fontes Complementares: ECabelos: Cabeleireiro Online/ “Cabeleireiro Online PH dos Cabelos”, “Como tratar o cabelo com Henna” e “Cosmetologia Natural e Ecológica” ou “Cosmética Natural e Ecológica/ Orgânica” (Vários Sites e Canais pesquisados com estes temas)

Canais Sugeridos: Pensando ao Contrário; Manual da BelezaCosmetologia do Bem