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“O oposto do Vício não é a sobriedade, mas a falta de conexão humana!”

Luz fim do túnel 1 editada

Fazem muitas décadas que as drogas foram proibidas e, ao longo deste período em que novas drogas surgem, professores e governos nos contaram histórias sobre vício que se mantiveram enraizadas em nossas mentes, tão verídicas ou óbvias que transformaram-se em crenças evidentes. E será que existe verdade absoluta sobre as coisas? É aí que precisamos exercitar nosso senso crítico!

Nesse contexto, através da jornada de Johann Hari, com suas palavras transcritas no texto abaixo, são descontruídas muitas crenças a respeito do vício, e a conclusão é: o oposto do vício não é a sobriedade, mas a falta de conexão humana! 

Podemos refletir profundamente a respeito disso e nos perguntar: quem de nós nunca conviveu com um “viciado” ou dependente químico para saber que isso faz todo o sentido? Quem nunca teve um familiar, amigo ou colega que usou ou se viciou em algum tipo de droga? Quem nunca conviveu com os dois tipos de caso: aqueles que conseguiam largar o vício e aqueles que se mantinham dependentes dele? Quem nunca observou que a maior parte dos dependentes químicos tinham problemas nos relacionamentos com os pais ou familiares? Quem nunca percebeu que os métodos convencionais em clínicas de recuperação não funcionam 100% porque, muito antes da desintoxicação química, o que falta é amor e atenção a este ser humano, assim como sua reintegração à sociedade? Quem nunca percebeu que não basta excluir esta pessoa da família ou da sua vida porque o que ela mais precisa é de integração?

Respostas para essas perguntas ou reflexões todos os que conviveram dentro desta realidade sabem, mesmo que parcialmente. Tendo sido uma situação próxima ou não, simples ou complexa, sabemos que fácil não é para nenhum dos lados porque não existem soluções milagrosas ou fórmulas prontas, principalmente, quando o vício adquire outras formas que não seja o aspecto químico; principalmente, quando você se depara com o fato de que você pode ser o vício de alguém.

Como terapeuta auxiliando muitos casos ligados à vícios de várias formas – não vendo apenas a dependência química, mas a dependência emocional que cria o vazio existencial – e tendo tido este exemplo vívido e vivenciado no meio familiar, deixo aqui estas palavras para que elas possam ser o estímulo, a mola propulsora para que possamos modificar nossas crenças, trabalharmos e curarmos nossos traumas, buscarmos nosso autoconhecimento e essência, e podermos conviver com uma visão mais oxigenada do vício ou com aquele “ligado” ao vício.

Isso porque lhe faltam ligações de amor e lhe sobram, muitas vezes, ligações de solidão, medo e até culpa por atos que estão além do seu próprio controle e equilíbrio emocional. Plantemos, então, através dessa nova forma de ver o vício, sementes de amor, compaixão e perdão em nossos e nesses corações!
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Assista ao vídeo (Legendado em português): http://www.ted.com/talks/johann_hari_everything_you_think_you_know_about_addiction_is_wrong?language=pt-br

O vídeo com depoimento de Johann Hari no TED Talks, traz mais respostas a todas essas perguntas. Johann tem visto, em primeira mão, os métodos atuais falharem, à medida em que viu pessoas amadas lutarem contra o vício. Por essa razão, escreveu um livro e começou a imaginar porque tratamos os dependentes químicos desta forma, se poderia haver algo melhor a ser feito. Como ele compartilha nesta palestra profundamente pessoal, seus questionamentos o levaram a uma volta ao mundo, e a descobrir formas surpreendentes e esperançosas de repensar um velho problema da sociedade.

Aqui, algumas frases do discurso profundo e impactante de Hari: “O professor Peter Cohen argumenta que os seres humanos têm uma necessidade profunda de estabelecer laços e conexões. É como nos satisfazemos. Se não conseguirmos nos conectar uns com os outros, vamos nos conectar com o que encontrarmos (…) Isso não é relevante só para os viciados que amo. É relevante para todos nós, pois nos força a pensar de maneira diferente a respeito de nós mesmos. Precisamos de conexões e de amor (…) Mas, essas novas evidências não são apenas um desafio político. Elas não nos forçam somente a transformar nossas cabeças. Elas nos forçam a transformar nossos corações! (…) É muito difícil amar um viciado. Quando olho para os viciados que amo, é sempre tentador optar pela estratégia durona recomendada – falar para o viciado tomar jeito ou então cortá-lo de sua vida. A mensagem é que o viciado que não parar com as drogas deve ser rejeitado. É a lógica da guerra contra as drogas importada para nossas vidas. Mas, na verdade, aprendi que isso só agrava o vício – e você pode perder a pessoa para sempre. Voltei para casa determinado a me aproximar como nunca dos viciados da minha vida – dizer para eles que os amo incondicionalmente, consigam eles parar ou não.”

E mais uma dica imperdível que deixo aqui, neste mesmo contexto, é a Série de TV: MR. ROBOT. A primeira temporada foi lançada em 2015 e a segunda inicia agora, neste mês de julho, já estreando com nota altíssima segundo a crítica coletiva.

mr-robot

A Série traz uma visão extremamente inovadora e crítica, sob a ótica de um viciado, sociopata e, acima de tudo, um ser humano com profundos problemas emocionais de abandono, perdas e violência na infância, um jovem programador que trabalha como engenheiro de segurança cibernética durante o dia e como hacker clandestino à noite.

É uma proposta visceral que, além de possibilitar o desenvolvimento do senso crítico com um profundo apelo emocional e realista, leva você a questionar tudo ao seu redor: sua vida, suas crenças, seus valores, a sociedade, a velocidade de informação sem cunho “nutritivo”, os padrões de comportamento e pensamento impostos, as ferramentas de alienação e anestesia da Era virtual e dos meios de comunicação de massa. Prepare-se e sinta o chamado! Assista de coração aberto e oxigene sua mente, com a consciência de que só aprendemos algo novo, sem julgamentos, quando estamos preparados para “desaprender” ou desapegar daquilo que sabemos! 😉

Texto de Johann Hari na íntegra (uma parte está no vídeo): http://www.brasilpost.com.br/johann-hari/descoberta-a-provavel-cau_b_7597010.html

Site (em inglês) para adquirir o livro: ‘Chasing The Scream: The First and Last Days of the War on Drugs’ (Perseguindo o grito: os primeiros e os últimos dias da guerra contra as drogas, em tradução livre)

 

 

 

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